O produtor rural Márcio Pedro de Souza, suspeito de deixar centenas de cabeças de gado morrer de fome em uma fazenda de Mineiros, nega que essa tenha sido a causa da morte. Ele alega que os animais morreram após comer lixo e plástico jogados de forma irregular por terceiros na área da fazenda.
Relembre o caso:
MINEIROS | Fazendeiro é suspeito de deixar gado morrer de fome
A denúncia recebida pela polícia é de que, desde agosto, mais de 100 reses foram vítimas da falta de alimento na propriedade de 5 mil hectares. Em visita à fazenda, o delegado estadual do Meio Ambiente, Luziano Carvalho, encontrou dezenas de carcaças. A estimativa é de que outros dois mil animais ainda corram risco de morrer de fome.
O produtor argumenta que não deixaria o gado morrer porque o valor de uma vaca é muito superior ao da ração para alimentá-la. “Como que vai morrer de fome? Um saco de ração custa R$ 30. Uma vaca custa R$ 1 mil. Com uma vaca você compra 30 sacos de ração”, justifica.
Márcio Souza também nega que o número de mortes seja tão alto. De um rebanho de cerca de duas mil cabeças, ele estima que no máximo 2% tenha morrido, o que totaliza 40 animais.
O fazendeiro foi orientado a tirar o gado restante dos locais onde a vegetação está seca. Além disso, segundo o gerente regional da Agrodefesa, Pedro Leonardo Rezende, o proprietário terá que dar destino adequado às carcaças que ainda estão espalhadas pela propriedade, sob o risco de contaminar o rebanho dele e de vizinhos.
“Em uma situação de escassez de alimento, o animal que está ávido por alimento pode se alimentar dos restos de outros animais. A má destinação dessas carcaças incorre em risco de um foco de botulismo”, afirma Rezende.
Segundo a Agrodefesa, os animais devem ser enterrados. O produtor tem prazo de 72 para cumprir a ordem, ou poderá ser penalizado. Além disso, segundo o delegado Luziano Carvalho, ele deve ser indiciado por maus-tratos, podendo ser multado em R$ 3 mil por cada animal morto e sentenciado a pena de até quatro anos de detenção.
Fonte: G1 Goiás